sexta-feira, 7 de setembro de 2007

CIRCO SEM PÃO

“Um por todos e todos por um!”
Entre mesadas, malas e cuecas fartas e presentes generosos,
protagonistas de uma grotesca e desastrada pantomima,
nossos mosqueteiros modernos procuram obscurecer
o que está explícito, com explicações — interessantes, é verdade! —
para tudo aquilo que há pouco rechaçaram
e condenaram com veemência.
Se o poeta é um fingidor, o político é poeta,
que, no afã de provar sua honestidade, chega a acreditar que seja honesto.
Triste sina é a do povo, esse fantoche que, eleição após eleição, governo após governo,
esforça-se por crer que tudo será diferente e não percebe que,
nos bastidores, nossos artistas comemoram, unidos, o sucesso de cada nova apresentação
no patético picadeiro que se tornou o cenário político do País.
Esse espetáculo bem que poderia parar!

(Ênio César de Moraes) 

4 comentários:

simone disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
simone disse...

Ênio,
Trabalhar com palavras não é algo fácil, mas feliz é você que ousa descortiná-las. Elas são surpreendentes, não são? Elas podem ferir ou sarar, dentre outras possibilidades.
Gostei muito dos seus textos. Você sabe lidar com o misterioso mundo das palavras. Isso é dom!!
Então, use bem o seu talento! Você poderá alegrar muitos leitores por intermédio dele.Levar paz aos corações contritos ou gerar reflexões e mudanças e, além de tudo, aprimorar mais essa sua capacidade de transmitir sentimentos. Parabéns, Chefinho!! Simone

Tereza Cavalcanti disse...

Colega, diariamente quando acordo digo à vida: "Supreenda-me!" Ela, generosa, me atende.
A surpresa de hoje foi ler o "Racionalmente emotivo". Sensível e belo, fez-me cuspir deseducadamente o gosto de soro: quero o doce!

Beijo

Pedro Paulo disse...

Bravo, Bravíssimo.