quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Coração errante

Meu espírito passeia entre as vagas,
Caminha pela terra mais distante,
Transforma-se num cavaleiro errante
Que foge ao corte frio das espadas.

Vacilantes, minhas vistas cansadas
Rendem-se, repousam no exato instante
Em que a paixão, esse monstro gigante,
Arma em toda parte suas ciladas.

O coração se inunda de incerteza,
Dispara, se entregando à fantasia
Do repentino amor que lhe aparece.

A alegria entra em guerra com a tristeza,
O corpo, atordoado, se inebria,
A razão, desnorteada, enlouquece.

(Ênio César de Moraes) 

Um comentário:

Bibi Ávila disse...

Adoro essa palavra: "inebria". :)

Lembrei da música.. "teu sorriso prendeee.. inebriaa.. entonteceeee..." né? Acho que foi a primeira (e até então, única) vez que tinha ouvido/lido a palavra.

Lembro de perguntar pro meu pai o significado, há uns bons anos!

Gostei! ^^